novembro 07, 2003

Engenheiro colocou faixa bem humorada contra o barulho da igreja
[04 Novembro 03h07min]


Quem passa pela avenida Humberto Monte, quase esquina com a José Bastos, pode verificar uma faixa no alto de uma residência, onde se lê: ''Deus não é surdo, orem baixo! Respeitam o sossego dos outros, respeitem a lei''. A iniciativa arranca risos de alguns e aplausos de outros que conhecem bem o problema vivido há três anos pelo engenheiro agrônomo aposentado Francisco Gentil, de 66 anos. Ele mora há 40 anos naquele endereço e há três convive com a poluição sonora provocada pela Assembléia de Deus Canaã.

O vizinho trava uma verdadeira guerra contra o barulho do templo e já gastou muito dinheiro com aluguel de trio elétrico, montagem de sistema de som em sua casa, faixas e outras ''campanhas'' contra a igreja. ''De nada adiantou. Coloca o som bem alto para eles verem como incomoda, mas fiz apenas inimigos e ao invés de respeitarem o ambiente, eles vinham com ameaças de que possuem juiz, promotor e coronel da polícia entre eles'', reclama Gentil.

Diante de uma tentativa inútil de fazer baixar o som, ''já que nem a polícia, nem o Disque Silêncio deram jeito'', Gentil decidiu entrar nos Juizados Especiais. Um audiência foi marcada para o início deste ano, mas o juiz faltou e a reunião foi remarcada para oito meses depois, no caso, o próximo dia 11 de novembro. ''Eles (representantes da Canaã) nem sequer foram para a audiência, parece mesmo que sabiam que não ia acontecer'', questiona.

Apesar da casa grande e espaçosa, o barulho vindo da igreja nos momentos de culto impede a família Gentil de assistir a um filme ou ver um programa de tevê. ''Aos domingos começa às 6 horas e vai até a noite nesse inferno'', reclama.

A jornalista Eva Silva é freqüentadora da Assembléia de Deus Canaã e apesar de não ser assessora de comunicação da igreja, diz poder responder neste caso. Segundo ela, a igreja não é barulhenta, ''ao contrário, nos cultos, quem senta mais atrás quase não escuta o pastor''. Ela assegura que não foi recebida nenhuma intimação da Justiça sobre o caso.

Nenhum comentário: