junho 03, 2002

Era uma vez um homem que foi ao barbeiro.
Enquanto tinha seus cabelos cortados, filosofavam falando sobre a vida, experiências de cada um e finalmente sobre DEUS
O homem tributava a iluminação divina muito do seu sucesso e o barbeiro ia resmungando aqui e ali suas reticências sobre a forma como DEUS era percebido pelo seu cliente.
Tantas foram as referencias sobre o assunto, que repentinamente o barbeiro, sujeito incrédulo, não agüentando mais tanta religiosidade falou:
- Deixa disso, meu caro, DEUS não existe! Pelo menos não como você está enxergando.
Surpreso com tal demonstração de ateísmo, o homem retrucou: - Por quê?
O barbeiro deu de ombros e respondeu:
- Ora, se DEUS existisse mesmo, não haveriam tantos doentes, mendigos, pobres, etc... Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas para constatar.
Sem ter argumentos contra tanta eloqüência, o homem gaguejou de volta. - Talvez...
Após terminado o corte de cabelo, o freguês pagou o barbeiro e foi saindo da barbearia, quando avistou imediatamente um homem maltrapilho, imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço.
Girou nos calcanhares e voltando-se para o barbeiro que limpava o assento onde estivera comentou:
- Sabe de uma coisa? Você falou da sua descrença em DEUS
e eu quero lhe falar que não acredito que barbeiros existam!
Surpreso, o barbeiro falou: - Como?
- É claro! - continuou o homem - se existissem barbeiros, certamente não haveriam pessoas de cabelos e barbas compridas e sem trato, não é?
O barbeiro então, dando de ombros mais uma vez, respondeu:
- Ora, existem porque evidentemente não vêm a mim!
O homem abriu um largo sorriso e disse:
- Agora você me respondeu porque existe tanta tristeza em torno de nós.

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